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Pedofilia e o tabu

.. 12 novembro 2012 Nenhum comentário:
Ao contrário do que muita gente imagina, a pedofilia não é algo recente ou algo que tenha surgido "hoje em dia". O que acontece hoje em dia é que, há mais denúncias, as crianças de hoje já tem informações, mesmo que vagas, coisa que em meu tempo de criança não havia. Fui uma vítima de um pedófilo quando criança. Eu devia ter uns 6 anos e ele 16. Causa espanto ? Acaso imaginava que pedófilos são homens em idade avançada, que andam as ruas com seu carro grande, a espreita de uma vítima distraída pela rua ? Pois bem, devo lhe tirar de seu conforto, pedófilos podem ser qualquer um, em qualquer idade e de qualquer sexo.  Sim, existem mulheres pedófilas também.
Essas idéias preestabelecidas que fazemos a respeito de criminosos sexuais nem sempre condizem com a verdade. Pensar que seu filho ou filha estão seguros pois você conhece todos com quem ele(a) convive e você monitora quando o pimpolho está na internet só servem para dar uma falsa segurança,  o que tem que haver entre pais e filhos é cumplicidade e segurança. Seu filho(a) tem que se sentir seguro para falar com você a respeito de qualquer assunto, incluindo aí os tabus. Meus filhos, a partir dos 5 anos, as questãos relacionadas a seus órgãos sexuais me interessam, assim mesmo, como interessam aos pedófilos. Já lhes explico:  apontando o dedo para a vagina, o pênis e anus, ensine a criança, assim como você ensina tantos outros perigos: -"Filho(a), aqui ninguém põe a mão, ninguém pode pegar, nem a mamãe. Só se for para te ajudar a se limpar, tá ?  Se alguém fizer isso, você pode contar pra mamãe, tá ? Pode contar sim, e se disserem pra você que vão te matar, ou matar a mamãe ou o papai, ou seu irmão ou cachorro, é mentira, viu ? "

Ficou chocada (o) pois não fiquem tudo que um pedófilo quer é uma criança inocente, com medo, com vergonha e sem um canal de diálogo entre os pais e os filhos. Por estes motivos citados, o tarado-adolescente que me molestou saiu ileso e deve estar por aí fazendo mais vítimas. Eu tinha muita, muita vergonha. Eu não sabia o que era aquilo que ele fazia comigo mas sabia que era errado. Se era errado e eu fazia, é porque eu estava errada, era assim que eu pensava, e me sentia muito culpada, envergonhada e amedrontada. Crianças não contam, salvo, quiçá,  se tiverem um canal de diálogo já com os pais, se a criança souber que pode contar para seu pai ou mãe,  que não haverá por parte deles castigo ou algo que o valha (lembre-se do sentimento de culpa ou do medo que decorre de uma possível ameaça). Se o seu filho não quer ficar a sós com aquele primo fofo, ou dormir na casa do filho daquela amiga, ligue o alerta. Escute seu filho.

Se você é capaz de alertar seus filhos de tantos perigos como atravessar a rua, não mexer com eletricidade, não brincar com animais desconhecidos, não entrar em piscinas sem um adulto, por que raios não o alerta sobre mais esse perigo ?
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Gloria Gaynor - Can't take my eyes off you.

.. 09 novembro 2012 Nenhum comentário:






Can't Take My Eyes Off You
You're just too good to be true
Can't take my eyes off you
You'd be like heaven to touch
I wanna hold you so much
At long last love has arrived
I thank God I'm alive
You're just too good to be true
Can't take my eyes off you

Pardon the way that I stare
There's nothing else to compare
The sight of you leaves me weak
There are no words left to speak
But if you feel like I feel
Please let me know that it's real
You're just too good to be true
Can't take my eyes off you

I love you, baby
And if it's quite alright
I need you, baby
To warm a lonely night
I love you, baby
Trust in me when I say
Oh, pretty baby
Don't bring me down, I pray
Oh, pretty baby, now that I found you, stay
And let me love you, baby
Let me love you

You're just too good to be true
Can't take my eyes off you
You'd be like heaven to touch
I wanna hold you so much
At long last love has arrived
And I thank God I'm alive
You're just too good to be true
Can't take my eyes off you

I love you, baby
And if it's quite alright
I need you, baby
To warm a lonely night
I love you, baby
Trust in me when I say
Oh, pretty baby
Don't bring me down, I pray
Oh, pretty baby, now that I found you, stay
And let me love you, baby
Let me love you
Não consigo tirar os olhos de você
Você é bom demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você
Tocar você seria como tocar o céu
Eu quero tanto te abraçar
Finalmente o amor chegou
E agradeço a Deus por estar viva
Você é bom demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você

Perdoe o jeito como eu olho
Mas nada mais se compara a você
Ver você me deixa fraca
Não sobram palavras para falar
Mas se você se sente como eu me sinto
Por favor, diga-me que é verdade
Você é bom demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você

Eu te amo, baby
E se não tiver problema
Eu preciso de você, baby
Para aquecer as noites solitárias
Eu te amo, baby
Acredite em mim quando eu digo
Oh, coisinha linda
Não me deixe deprimida, eu imploro
Oh, coisinha linda, agora que eu te encontrei, fique
E me deixe te amar, baby
Me deixe te amar

Você é bom demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você
Tocar você seria como tocar o céu
Eu quero tanto te abraçar
Finalmente o amor chegou
E agradeço a Deus por estar viva
Você é bom demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você

Eu te amo, baby
E se não tiver problema
Eu preciso de você, baby
Para aquecer as noites solitárias
Eu te amo, baby
Acredite em mim quando eu digo
Oh, coisinha linda
Não me deixe deprimida, eu imploro
Oh, coisinha linda, agora que eu te encontrei, fique
E me deixe te amar, baby
Me deixe te amar




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Postais vintage contra o voto feminino

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cartazes pregavam que haveria inversão de papeis caso a mulher pudesse votar
Para quem acha que o voto foi um direito dado à mulheres saiba que, não foi dado, foi conquistado a base de greve de fome, truculência policial e mortes. O primeiro movimento pelo direito ao voto feminino, conhecido como sufrágio, floresceu na Inglaterra. O direito ao voto era negado pois à mulher era permitido somente e apenas afazeres domésticos e quando muito, podiam se tornar educadoras. Acreditava-se a época, com respaldo de filósofos,  que mulheres não possuíam capacidade para entender a complexidade do sistema político. 
O primeiro país a garantir o direito do voto à mulher foi a Nova Zelândia em 1983. 


Veja aqui mais cartazes


No Brasil a mulher só passou a ter direito ao voto  em 1932, na era Vargas. Contudo, o movimento sufragista floresceu aqui três décadas antes e sua maior representante foi a professora Deolinda Daltro que em 1910 fundou o Partido Republicano Feminino no Rio de Janeiro. Apesar da fundação de um partido na então capital Rio de Janeiro, a primeira eleitora que se tem informação foi do Rio Grande do Norte.





   Veja aqui a linha do tempo sobre o voto no Brasil. 


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O mito da beleza

.. 08 novembro 2012 Nenhum comentário:




Abaixo, parte do livro "Omito da Beleza da escritora feminista Naomi Wolf que encontrei no blog Sexismo e Misogenia. Vale a pena ler o livro na íntegra. Saboreiem...

"Quando as mulheres se começaram a libertar elas próprias da mística feminina da domesticidade, o mito da beleza compensou o terreno perdido, expandindo-se à medida que essa mística se desvanecia, para levar a cabo o mesmo trabalho de controlo social. O contra-ataque é muito violento porque a ideologia da beleza é a última remanescente da velha ideologia feminina que ainda tem poder para controlar aquelas mulheres que o feminismo da segunda vaga teria de outro modo tornado relativamente incontroláveis: tornou-se mais forte para levar a cabo o trabalho de coerção social que os mitos acerca da maternidade, domesticidade, castidade e passividade não mais conseguiam realizar. Neste momento procura desfazer, psicológica e veladamente, todas as coisas boas que o feminismo trouxe para as mulheres material e abertamente. Esta contra-força opera para pôr em cheque a herança do feminismo a todos os níveis da vida das mulheres ocidentais. …

Desde cerca de 1830, cada nova geração tem tido de combater a sua versão do mito da beleza. «É muito pouco para mim» disse a sufragista Lucy Stone em 1855, «ter o direito de votar, de possuir propriedade, etc, se não posso manter o meu corpo e os seus usos, como direito meu». Oitenta anos mais tarde, depois das mulheres terem ganho o voto, Virgínia Woolf escreveu que ainda haviam de passar décadas antes que as mulheres pudessem dizer a verdade acerca dos seus corpos. …

A «Beleza» é o sistema de moeda em curso, tal como o padrão ouro. Como em qualquer economia é determinado pela política, e nos tempos modernos no Ocidente é o último e o melhor sistema de crença que preserva o domínio masculino intacto. Ao assinalar valor às mulheres numa hierarquia vertical de acordo com um padrão físico culturalmente imposto, é uma expressão de relações de poder nas quais as mulheres têm de competir de modo não natural por recursos de que os próprios homens se apropriaram. …

O mito da beleza não é de modo nenhum acerca das mulheres. É acerca das instituições dos homens e do poder institucional.
As qualidades que um dado período considera belas nas mulheres são meros símbolos do comportamento feminino que esse período considera desejável: O mito da beleza está sempre de facto a prescrever comportamento e não aparência. A competição entre as mulheres tem sempre feito parte do mito, para que as mulheres estejam divididas umas das outras. A juventude, e até hà pouco tempo a virgindade, têm sido consideradas «belas» nas mulheres já que se enaltece a sua falta de experiência e a sua ignorância sexual. O envelhecimento nas mulheres não é «belo» porque as mulheres tornam-se mais poderosas com o tempo e porque o laço entre as diferentes gerações de mulheres deve ser sempre quebrado de novo: mulheres mais velhas temem as jovens, as jovens temem as velhas e o mito da beleza perpassa todas as épocas da vida das mulheres. Sobretudo é urgente que a identidade das mulheres tenha como premissa a «beleza» para que fiquemos vulneráveis à aprovação externa, trazendo exposto ao ar o órgão sensitivo vital da auto-estima.

Embora de certo tenha havido sempre um mito de beleza tão presente como tem sido presente o regime patriarcal, o mito de beleza na sua forma moderna é uma invenção bastante recente. O mito floresce quando os constrangimentos materiais sofridos pelas mulheres começam a abrandar perigosamente. …
O emergir do mito da beleza foi apenas uma das várias ficções sociais emergentes que se mascararam como componentes naturais da esfera feminina para melhor enclausurarem as mulheres nessa esfera. Outras ficções emergiram em simultâneo: uma versão de infância que requer supervisão maternal constante; um conceito de biologia feminina que exigia que as mulheres da classe média agissem nos papeis de histéricas e hipocondríacas; a convicção de que as mulheres respeitáveis eram sexualmente insensíveis; e uma definição do trabalho das mulheres que as ocupava com tarefas repetitivas, morosas e entediantes, tais como trabalhos de agulha e rendas. Todas estas invenções da era vitoriana serviam uma dupla função – isto é, embora elas fossem encorajadas para que as mulheres expandissem energia feminina e inteligência de modo que não fosse «prejudicial», as mulheres muitas vezes usavam-nas para exprimirem genuína criatividade e paixão.
Mas a despeito da criatividade das mulheres da classe média com modas e bordados e educação de crianças e um século mais tarde, com o papel da esposa suburbana, que decorreram destas ficções sociais, o propósito principal das ficções foi atingido: durante um século e meio de agitação feminista sem precedentes, elas efectivamente contra-atacaram os perigosos novos ócios, interesses literários e relativa libertação de constrangimentos materiais das mulheres da classe média."
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A estética que nos tira da luta

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Ontem no Twitter me deparei com um twite da blogueira e ativista feminista,  Lola, do blog, Escreva Lola Escreva. Ela estava divulgando a página Ame seu Corpo, recentemente aberta. Se trata de uma página sobre a estética feminina, mas de outra maneira. Não dessas que avaliam se o seu seio está empinado a 60º ou 90°, nem deste que vigiam os glúteos para saber se estão em forma de maçã ou pêra, ou melancia, ou alguma dessas frutas que a mídia teimam em nos rotular, em nos reduzir ainda mais em objeto, mas uma página que ajuda a compreender nossas diferenças, nossa beleza, de mulheres mortais e comuns. É incrível como ninguém tenha pensado nisso antes !

Somos bombardeadas 24 horas por dia, onde quer que estejamos com silhuetas impossíveis de atingir, porque leitora ou você nasce uma Gisele  ou vira sócia de uma clínica cirúrgica ou vira escrava da ditadura da magreza e perde o gosto de viver.  (Por favor, não me venha falar em dieta e academia porque, ter 1.78 e pesar 50 kg não há porra nenhuma que dê jeito, só sacrifício e lamentação.)

Nós mulheres, sempre fomos objeto de consumo, assim, como aquele carro recém lançado, aquele relógio de material revolucionário, mulheres também tem um padrão milimetricamente estudado para sua época, algo que seja inalcançável. É isso mesmo, inalcançável que é para nós nos sentirmos frustradas, uma agulha fora do palheiro e passar dia e noite emburrada,  por não conseguir o que alguém disse que é o aceitável. É uma indústria de "embucetar" a mulher, transforma-la, toda ela, em uma periquita ambulante, um pedaço de carne onde todos querem enfiar alguma coisa em algum buraco.  E tem mais, é deixar-nos tão obcecada com a aparência que nos tiram da luta política, da luta por melhor condição de vida, da luta por direitos plenamente iguais, da luta pelo que realmente interessa na vida. E não, uma bunda redonda, uns seios empinados e uma vagina milimetricamente depilada não é o mais importante. .




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Tempo que passou

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Memórias de Uma Notívaga é um blog autoral sobre minhas experiências e observações do dia a dia. O abri a cerca de oito anos, inicialmente no LiveSpaces que acabou por encerrar suas portas. Não salvei nem transferi absolutamente nada de lá pra cá e fiquei muitos anos apenas segurando esse endereço para um dia, quem sabe voltar a escrever sobre minha vida e moções com liberdade. Creio que esse dia chegou. Hoje me sinto mais segura e livre para externar meus pensamentos, receber críticas, colocar meus pontos de vista sem medo de censura ou algo que o valha.  De agora em diante, estão abertas as memórias desta notívaga.